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Jerusalém (em
hebraico moderno: ירושלים,
transl. Yerushaláyim; em hebraico clássico: ירושלם; em
árabe: القدس, transl.
al-Quds: em
grego Ιεροσόλυμα, transl.
Ierossólyma), é a capital declarada (mas não reconhecida pela comunidade internacional) de
Israel e sua maior cidade
[2] tanto em população quanto área,
[3] com 732 100 residentes em uma área de 125,1 km² ou 49 milhas quadradas (incluindo a área disputada de Jerusalém Oriental).
[1][4] Localizada nas
Montanhas Judeias, entre o
mar mediterrâneo e o norte do
Mar Morto, a Jerusalém moderna tem crescido aos arredores da
cidade antiga.
A cidade tem uma história que data do IV milênio a.C., tornando-a uma das
mais antigas do mundo.
[5] Jerusalém é a cidade santa dos
judeus,
cristãos e
muçulmanos, e o centro espiritual desde o século X a.C.
[6] contém um número de significativos lugares antigos cristãos, e é considerada a
terceira cidade santa no
Islão.
[7] Apesar de possuir uma área de apenas 0,9 quilômetros quadrados (0,35 milhas quadradas),
[8] a cidade antiga hospeda os principais pontos religiosos, entre eles a
Esplanada das Mesquitas, o
Muro das lamentações, o
Santo Sepulcro, a
Cúpula da Rocha e a
Mesquita de Al-Aqsa.
A cidade antigamente murada, um patrimônio mundial, tem sido
tradicionalmente dividida em quatro quarteirões, ainda que os nomes
usados hoje (os bairros
armênio,
cristão,
judeu e o
muçulmano) foram introduzidos por volta do século XIX.
[9] a Cidade Velha foi indicada para inclusão na
lista do patrimônio mundial em perigo pela Jordânia em 1982.
[10]
No curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23
vezes, atacada 52 vezes, e capturada e recapturada 44 vezes.
[11]
Hoje, o
status de Jerusalém continua um dos maiores problemas no
Conflito israelo-palestino. A
anexação, por Israel, do
leste de Jerusalém, em
1967, durante a
Guerra dos Seis Dias, tem sido repetidamente condenada pelas Nações Unidas e órgãos relacionados,
[12][13] e o povo
palestino vislumbra o leste de Jerusalém como a capital do
seu futuro Estado.
[14][15] Após a
Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, oficializou-se a retirada das embaixadas estrangeiras de Jerusalém.
Ainda que a origem do nome
Yerushalayim seja incerta, várias
interpretações linguísticas têm sido propostas. Alguns acreditam que é
uma combinação das palavras em hebraico "yerusha" (legado) e "
Shalom"
(paz), ou seja, legado da paz. Outros salientam que "Shalom"; é um
cognato do nome hebraico "Shlomo", ou seja, o Rei Salomão, o construtor
do Primeiro Templo.
[16][17] Alternativamente, a segunda parte da palavra seria
Salem (
Shalem literalmente "completo" ou "em harmonia"), um nome recente de Jerusalém
[18] isto aparece no livro de
Gênesis.
[19] Outros citam as
cartas de Amarna, onde o nome
acadiano da cidade aparece como
Urušalim, um cognato do Hebreu
Ir Shalem. Alguns acreditam que há uma conexão a
Shalim, a deidade beneficente conhecida dos mitos
ugaríticos como a personificação do crepúsculo.
[20]
De acordo com um
midrash (
Bereshit Rabá),
Abraão veio até a cidade, e a chamou de
Shalem, depois de resgatar
Ló.
[21] Abraão perguntou ao rei e ao mais alto sacerdote
Melquizedeque se podiam abençoá-lo. Este encontro foi comemorado por adicionar o prefixo
Yeru (derivado de
Yireh, o nome que Abraão deu ao Monte do Templo)
[21] produzindo
Yeru-Shalem, significando a "cidade de Shalem," ou "fundada por Shalem."
Shalem
significa "completo" ou "sem defeito. Por isso, "Yerushalayim"
significa a "cidade perfeita", ou "a cidade daquele que é perfeito".
[22] O final
-im indica o plural na gramática hebraica e
-ayim a dualidade, possivelmente se referindo ao fato que a cidade se situa em duas colinas.
[23][24] O pronunciamento da última sílaba como
-ayim parece ser uma modificação posterior, a qual não havia aparecido no tempo da
Septuaginta.
Alguns acreditam que a cidade chamada de
Rušalimum ou
Urušalimum que aparece nos achados do
Antigo Egito é a primeira referência a Jerusalém.
[25] Os gregos adicionaram o prefixo hiero ("sagrada") e chamaram de
Hierosolyma. Para os árabes, Jerusalém é
al-Quds ("A Sagrada"). Foi chamada de
Jebus (
Yevus)
pelos jebusitas. "Tzion" inicialmente se referiu a parte da cidade, mas
depois passou a significar a cidade como um todo. Durante o reinado de
David, ficou conhecida como
Yir David (a cidade de David).
[26]
-
-
Muro de Jebusita, na cidade de Davi.
Cerâmicas indicam a ocupação de
Ophel, dentro da atual Jerusalém, desde a
Idade do Cobre, ao redor do
Quarto milênio a.C.,
[5][27] com evidências de assentamentos permanentes durante o começo da
Idade do Bronze, 3000-2800 a.C.
[27][28] Os
Textos de Execração (
c. do século XIX a.C.), que se referem a uma cidade chamada
Roshlamem ou
Rosh-ramen[27] e as
Cartas de Amarna (c. século XIV a.C.) podem ser os primeiros a falar da cidade.
[29][30] Alguns arqueólogos, incluindo
Kathleen Kenyon, acreditam que Jerusalém como cidade foi fundada pelos povos
semitas ocidentais com assentamentos organizados em cerca de
2600 a.C.. Segundo a tradição judaica, a cidade foi fundada por
Shem (Sem, em português, filho de
Noé) e
Éber (bisneto de Shem), antepassados de
Abraão. Nos contos
bíblicos, Jerusalém era uma cidade
Jebusita até o século X a.C., quando
David conquistou-a e fez dela a capital do
Reino Unido de Israel e Judá (c. 1000s a.C.).
[31][32] recentes escavações de uma grande estrutura de pedra são interpretadas por alguns arqueólogos como crédito à narrativa bíblica.
[33]
[editar] Períodos Templários
Davi reinou até 970 a.C. Ele foi sucedido pelo seu filho
Salomão,
[34] que construiu o
Templo Sagrado no
Monte Moriá. O
Templo de Salomão (mais tarde conhecido como o
Primeiro Templo), passou a desempenhar um papel central na
história judaica como o lugar onde estava guardada a
Arca da Aliança.
[35] Ao longo de mais de 600 anos, até à conquista babilônica, em 587 a.C., Jerusalém foi a capital política e religiosa dos judeus.
[36] Este período é conhecido na história como o
Período do Primeiro Templo.
[37] Após a morte de Salomão (c. 930 a.C.), as
dez tribos do norte se uniram para formar o
Reino de Israel. Sob a liderança da Casa de David e Salomão, Jerusalém continuou a ser a capital do
Reino de Judá.
[37]
Quando a
Assíria
conquistou o Reino de Israel, em 722 a.C., Jerusalém foi fortalecida
por um grande afluxo de refugiados provenientes do norte do reino. O
Primeiro Período Templário acabou cerca de 586 a.C., quando os
babilônios conquistaram Judá e Jerusalém, e devastaram o Templo de
Salomão.
[37] Em
538 a.C., após cinquenta anos do
exílio na Babilônia, o
xá do
Irã Ciro o Grande convidou os judeus a regressarem a
Judá e Jerusalém e reconstruírem o Templo. A construção do
Segundo Templo de Salomão foi concluída em 516 a.C., durante o reinado de
Dario o Grande, setenta anos depois da destruição do Primeiro Templo.
[38][39] Jerusalém retomou o seu papel de capital de Judá e centro de culto judaico. Quando o comandante grego
Alexandre o Grande conquistou o
império persa, Jerusalém e Judeia caíram sob controle grego, e em seguida sob a
dinastia ptolomaica sob
Ptolomeu I. Em 198 a.C.,
Ptolomeu V perdeu Jerusalém e a
Judeia para o
Selêucidas sob
Antíoco III. A tentativa Selêucida de retomar Jerusalém do dominio grego teve sucesso em 168 a.C. com a bem sucedida
revolta macabeia de
Matatias, o
Sumo Sacerdote e os seus cinco filhos contra
Antíoco Epifanes, e a criação do
Reino Hasmoneus em 152 a.C., novamente com Jerusalém como capital.
[40]
[editar] Guerras Romano-Judaicas
Cerco romano e a destruição de Jerusalém (David Roberts, 1850)
Conforme o
Império Romano se tornou mais forte, ele colocou
Herodes como um
rei cliente.
Herodes o Grande, como ele era conhecido, dedicou-se a desenvolver e
embelezar a cidade. Ele construiu muralhas, torres e palácios, e
expandiu o Templo do Monte, reforçou o pátio com blocos de pedra pesando até cem toneladas. Sob Herodes, a área do Templo do Monte dobrou de tamanho.
[34][41][42] Em 6 d.C., a cidade, assim como grande parte da região ao redor, entrou sob controle direto dos romanos como na
Judeia[43] Herodes e seus descendentes até
Agripa II
permaneceram reis-clientes da Judeia até 96 d.C. O domínio romano sobre
Jerusalém e região começou a ser contestada a partir da primeira
guerra judaico-romana, a
Grande revolta judaica, que resultou na destruição do Segundo Templo em 70 d.C. Em 130 d.C.
Adriano romanizou a cidade, e ela foi renomeada para
Aelia Capitolina.
[44] Jerusalém, mais uma vez serviu como a capital da Judeia durante o período de três anos da revolta conhecida como a
Revolta de Bar Kokhba.
Os romanos conseguiram recapturar a cidade em 135 d.C. e como uma
medida punitiva Adriano proibiu os judeus de entrarem nela. Adriano
rebatizou toda a
Judeia de
Síria Palaestina numa tentativa de des-judaizar o país.
[45][46] A proibição sobre os judeus entraram em
Aelia Capitolina continuou até o século IV d.C.
Nos cinco séculos seguintes à revolta de Bar Kokhba, a cidade permaneceu sob
domínio romano, até cair sob domínio
bizantino. Durante o século IV, o
Imperador romano Constantino I construiu partes católicas em Jerusalém, como a
Igreja do Santo Sepulcro.
Jerusalém atingiu o pico em tamanho e população no final do Segundo
Período Templário: A cidade se estendia por dois quilômetros quadrados e
tinha uma população de 200 mil pessoas
[45][47] A partir de Constantino até o século VII, os judeus foram proibidos em Jerusalém.
[48]
[editar] Guerras romano-persas
No período de algumas décadas, Jerusalém trocou de mãos entre persas e
romanos, até voltar à mão dos romanos mais uma vez. Depois, do avanço
do comandante
sassânida Cosroes II no início do século VII sobre os domínios
bizantinos, avançando através da Síria, os generais sassânidas
Shahrbaraz e
Shahin atacaram a cidade de Jerusalém (
persa: Dej Houdkh), então controlada pelos bizantinos.
[49]
No
Cerco de Jerusalém
em 614, após passarem incansáveis 21 dias em estratégia de cerco,
Jerusalém foi capturada dos persas e isso resultou na anexação
territorial de Jerusalém. Depois que o exército
Sassânida entrou em Jerusalém, a sagrada "
Vera Cruz" foi roubada e enviada de volta para a
capital sassânida
como uma relíquia sagrada da guerra. A cidade conquistada e a Santa
Cruz, permaneceriam nas mãos dos Sassânidas por mais quinze anos, até o
Imperador Bizantino
Heráclio recuperá-la em 629.
[49]
[editar] Estado Islâmico
Cúpula da Rocha visto através do Portão do Algodão.
Em 638, o
Califado islâmico alargou a sua soberania para Jerusalém. Neste momento, Jerusalém foi declarada a terceira cidade mais sagrada do Islã após
Meca e
Medina, e referido como
al Bait al-Muquddas. Mais tarde, ele era conhecido como
al-Qods al-Sharif.[50] Com a
conquista árabe, os judeus foram autorizados a regressar à cidade.
[51] O califa
Rashidun Omar ibn al-Khattab assinou um tratado com o patriarca
cristão monofisista Sofrônio,
assegurando-lhe que os lugares sagrados cristãos de Jerusalém e a
população cristã seriam protegidos ao abrigo do estado muçulmano.
[52] Omar foi conduzido à
Pedra Fundamental no
Monte do Templo, no qual ele claramente recusou, pois se preparava para construir uma mesquita. De acordo com o bispo
gaulês Arculf, que viveu em Jerusalém a partir de 679 a 688, a
Mesquita de Omar era uma estrutura retangular de madeira construído sobre ruínas que poderia acomodar 3000 seguidores.
[53] O califa
Omíada Abd-el-Melek encomendou a construção da
Cúpula da Rocha no final século VII.
[54] O historiador do século X,
El Muqadasi, escreveu que Abd-el-Melek construiu o santuário, a fim de competir na grandeza das monumentais igrejas de Jerusalém.
[53]
Durante as quatro próximas centenas de anos, a proeminência de
Jerusalém foi diminuída pelos poderes árabes na região que brigavam pelo
controle da cidade.
[55]
[editar] Cruzadas, Saladino e os Mamelucos
Ilustração medieval da captura de Jerusalém durante a Primeira Cruzada, 1099.
Em 1099, Jerusalém foi
conquistada pelos
Cruzados,
que massacraram a maior parte dos habitantes muçulmanos e os resquícios
dos habitantes judeus. A maioria dos cristãos foram expulsos e a
maioria dos habitantes judeus já tinha fugido, no início de junho de
1099, a população de Jerusalém tinha diminuído de 70.000 para menos de
30.000.
[56] Os sobreviventes judeus foram vendidos na Europa como escravos ou exilados na comunidade judaica do Egito.
[57] Tribos árabes cristãs estabeleceram-se na destruída Cidade Velha de Jerusalém.
[58] Em 1187, a cidade foi arrancada da mão dos Cruzados por
Saladino permitindo que os judeus e os muçulmanos pudessem voltar e morar na cidade.
[59] Em 1244, Jerusalém foi saqueada pelos
Tártaros Kharezmian, que dizimaram a população cristã da cidade e afastou os judeus, alguns dos quais foram reinstalados em
Nablus.
[60] Entre 1250 e 1517, Jerusalém foi governado pelos
mamelucos, que impuseram um pesado imposto anual sobre os judeus e destruíram os lugares sagrados dos cristãos no
Monte Sião.
[61]
[editar] Domínio Otomano
Em 1517, Jerusalém e região caiu sob domínio
Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917.
[59]
Como em grande parte do domínio Otomano, Jerusalém permaneceu um
provincial e importante centro religioso, e não participava da principal
rota comercial entre
Damasco e
Cairo.
[62]
No entanto, os turcos muçulmanos trouxeram muitas inovações: sistemas
modernos de correio usado por vários consulados, o uso da roda para
modos de transporte; diligências e
carruagens, o
carrinho de mão e a
carroça, e a lanterna a óleo, entre os primeiros sinais de modernização da cidade.
[63] Em meados do século XIX, os otomanos construíram a primeira estrada pavimentada de
Jaffa a Jerusalém, e em 1892 a ferrovia havia atingido a cidade
[63]
Com a ocupação de Jerusalém por
Muhammad Ali do Egito em 1831, missões e consulados estrangeiros começaram a se estabelecer na cidade. Em 1836,
Ibrahim Paşa permitiu aos judeus reconstruírem as quatro grandes sinagogas, entre eles a
Hurva.
[64]
O controle turco foi reinstalado em 1840, mas muitos
egípcios
muçulmanos permaneceram em Jerusalém. Judeus de Argel e da África do
Norte começaram a instalar-se na cidade, em um número cada vez maior.
[65]
Ao mesmo tempo, os otomanos construíram curtumes e matadouros perto dos
lugares sagrados judeus e cristãos "para que um mau cheiro, sempre
pesteie os infiéis".
[66]
Nas décadas de 1840 e 1850, os poderes internacionais iniciaram um
"cabo-de-guerra" na Palestina, uma vez que tentaram ampliar sua proteção
ao longo do país para as minorias religiosas, uma luta realizada
principalmente através de representantes consulares em Jerusalém.
[67]
De acordo com o cônsul prussiano, a população em 1845 era de 16.410
habitantes, desses, 7120 judeus, 5.000 muçulmanos, 3390 cristãos, 800
soldados turcos e 100 europeus.
[68]
O volume de peregrinos cristãos aumentou sob o domínio dos otomanos,
dobrando a população da cidade em torno da época da Páscoa.
[69]
Na
década de 1860,
novos bairros começaram a surgir fora dos muros da Cidade Velha para
aliviar a intensa superlotação e o pobre saneamento na cidade
intramuros. O
Composto Russo e
Mishkenot Sha'ananim foram fundados em 1860.
[70]
[editar] Mandato Britânico e a Guerra de 1948
-
Em 1917 após a
Batalha de Jerusalém, o
exército britânico, liderado por
General Edmund Allenby, capturou a cidade.
[71] E, em 1922, a
Liga das Nações sob a
Conferência de Lausanne confiou ao
Reino Unido a administração da Palestina.
De 1922 a 1948 a população total da cidade passou de 52.000 para
165.000, sendo dois terços de judeus e um terço de árabes (muçulmanos e
cristãos).
[72] A situação entre árabes e judeus na Palestina não foi calma. Em Jerusalém, em especial nos
motins ocorridos em 1920 e
em 1929. Sob o domínio britânico, novos subúrbios foram construídos no oeste e na parte norte da cidade
[73][74] e instituições de ensino superior, como a
Universidade Hebraica, foram fundadas.
[75]
A medida que o Mandato Britânico da Palestina foi terminando, o
Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947 recomendou "a criação de um regime internacional, em especial na cidade de Jerusalém, constituindo-a como uma
corpus separatum no âmbito da administração das
Nações Unidas".
[76]
O regime internacional deveria continuar em vigor por um período de dez
anos, e seria realizado um referendo na qual os moradores de Jerusalém
iriam votar para decidir o futuro regime da cidade. No entanto, este
plano não foi implementado, porque a
guerra de 1948 eclodiu enquanto os britânicos retiravam-se da Palestina e
Israel declarou sua independência.
[77]
A guerra levou ao deslocamento das populações árabe e judaica na cidade. Os 1.500 residentes do
Bairro Judeu
da Cidade Velha foram expulsos e algumas centenas tomados como
prisioneiros quando a Legião Árabe capturou o bairro em 28 de maio.
[78]
Moradores de vários bairros e aldeias árabes do oeste da Cidade Velha
saíram com a chegada da guerra, mas alguns permaneceram e foram expulsos
ou mortos, como em
Lifta ou
Deir Yassin.
[79][80][81]
[editar] Divisão e a controversa reunificação
-
-
A guerra terminou com Jerusalém dividida entre
Israel e
Jordânia (então
Cisjordânia). Segundo o Plano de Partição da Palestina, as áreas de Jerusalém e
Belém ficariam sob controle internacional. O
Armistício de 1949 criou uma linha de
cessar-fogo que atravessava o centro da cidade e à esquerda do
Monte Scopus como um
exclave israelense. Arame farpado e barreiras de concreto separaram Jerusalém Oriental e Jerusalém Ocidental, e
caçadores
militares frequentemente ameaçaram o cessar-fogo. Após a criação do
Estado de Israel, Jerusalém foi declarada a sua capital. A Jordânia
anexou formalmente Jerusalém Oriental, em 1950, sujeitando-a à lei
jordaniana, em uma atitude que só foi reconhecido pelo
Paquistão.
[77][82]
A Jordânia assumiu o controle dos lugares sagrados na Cidade Velha.
Contrariamente aos termos do acordo, foi negado o acesso dos israelitas
aos locais sagrados judaicos, muitos dos quais foram profanados, e
apenas foi permitido o acesso muito limitado aos locais sagrados
cristãos.
[83][84] Durante este período, a
cúpula da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa sofreram grandes renovações.
[85]
Mapa mostrando a divisão
leste-oeste de Jerusalém.
Durante a
Guerra dos Seis Dias
em 1967, Israel ocupou Jerusalém Oriental e afirmou soberania sobre
toda a cidade, embora a ocupação e a posterior anexação do setor
oriental da cidade tenham sido condenadas pelas
resoluções 252,
[86] 446,
[87] 452
[88] e 465
[89] das
Nações Unidas, além de contrariar a
Quarta Convenção de Genebra. O acesso aos lugares sagrados judeus foi restabelecido, enquanto o
Monte do Templo permaneceu sob a jurisdição de um
waqf islâmico. O
bairro marroquino, que era localizada adjacente ao Muro das Lamentações, foi desocupado e destruído
[90] para abrir caminho a uma praça para aqueles que visitam o muro.
[91]
Desde a guerra, Israel tem expandido as fronteiras da cidade e
estabeleceu um "anel" de bairros judeus em terrenos vagos no leste da
Linha Verde.
No entanto, a aquisição de Jerusalém Oriental recebeu duras com críticas internacionais. Na sequência da aprovação da
Lei de Jerusalém, que declarou Jerusalém "completa e unida", a capital de Israel,
[92] o
Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou
uma resolução
que declarava a lei "uma violação do direito internacional" e solicitou
que todas as os Estados-membros retirarassem suas embaixadas da cidade.
[93]
O status da cidade, e especialmente os seus lugares sagrados,
continuam a ser uma questão central no conflito palestino-israelense.
Colonos judaicos ocuparam lugares históricos e construíram suas casas em
terras confiscadas de palestinos,
[94] a fim de expandir a presença judaica na parte oriental de Jerusalém,
[95] enquanto líderes árabes têm insistido que os judeus não têm qualquer laço histórico com Jerusalém.
[96] Os palestinos encaram Jerusalém Oriental como a capital do
futuro Estado palestino,
[97][98] embora permaneça sob ocupação israelense.
Floresta de Jerusalém vista do Yad Vashem.
Jerusalém está situada no sul de um
planalto no
Judeia, que inclui o
Monte das Oliveiras (Leste) e o
Monte Scopus (Nordeste). A elevação da Cidade Velha é de aproximadamente 760 metros.
[99] A grande Jerusalém é cercada por vales e
leitos de rio secos (
wadis). Os vales do
Cédron,
Hinom, e
Tyropoeon se unem em uma área ao sul da cidade antiga de Jerusalém.
[100] O
Vale do Cédron segue para o leste da Cidade Velha e divide o
Monte das Oliveiras a partir da cidade propriamente dita. Ao longo do lado sul da antiga Jerusalém está o
Vale de Hinom, uma
ravina íngreme associada com a
escatologia cristã bíblica com o conceito de
inferno ou
Geena.
[101] O Vale de Tyropoeon começa na região noroeste próximo ao
Portão de Damasco, dirige-se ao sudoeste através do centro da Cidade Velha para baixo do
Reservatório de Siloé,
e a parte inferior é dividida em duas colinas, o Monte do Templo no
leste, e o resto da cidade no oeste (as partes alta e baixa da cidade
descrita por
Josefo). Hoje, este vale está escondido por destroços que se acumularam ao longo dos séculos.
[100]
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa,
azeitona e pinheiros. Ao longo de séculos de guerras e de negligência,
estas florestas foram destruídas. Os agricultores da região de
Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das encostas
para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de
Jerusalém.
[102]
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém,
atestada pela intrincada rede de antigos aquedutos, túneis,
reservatórios e cisternas encontrados na cidade.
[103]
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 km
[104] ao leste de
Tel Aviv e do
Mar Mediterrâneo. No lado oposto da cidade, cerca de 35 km
[105] de distância, está o
Mar Morto, o
corpo de água mais baixo da Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem
Belém e
Beit Jala para o sul,
Abu Dis e
Ma'ale Adummim para o leste,
Mevasseret Zion para o oeste, e
Ramallah e
Givat Zeev para o norte.
[106][107][108]
Panorama do Monte do Templo, incluindo o Domo da Rocha, visto do Monte das Oliveiras.
Floresta de Jerusalém vista do Yad Vashem.
Jerusalém está situada no sul de um
planalto no
Judeia, que inclui o
Monte das Oliveiras (Leste) e o
Monte Scopus (Nordeste). A elevação da Cidade Velha é de aproximadamente 760 metros.
[99] A grande Jerusalém é cercada por vales e
leitos de rio secos (
wadis). Os vales do
Cédron,
Hinom, e
Tyropoeon se unem em uma área ao sul da cidade antiga de Jerusalém.
[100] O
Vale do Cédron segue para o leste da Cidade Velha e divide o
Monte das Oliveiras a partir da cidade propriamente dita. Ao longo do lado sul da antiga Jerusalém está o
Vale de Hinom, uma
ravina íngreme associada com a
escatologia cristã bíblica com o conceito de
inferno ou
Geena.
[101] O Vale de Tyropoeon começa na região noroeste próximo ao
Portão de Damasco, dirige-se ao sudoeste através do centro da Cidade Velha para baixo do
Reservatório de Siloé,
e a parte inferior é dividida em duas colinas, o Monte do Templo no
leste, e o resto da cidade no oeste (as partes alta e baixa da cidade
descrita por
Josefo). Hoje, este vale está escondido por destroços que se acumularam ao longo dos séculos.
[100]
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa,
azeitona e pinheiros. Ao longo de séculos de guerras e de negligência,
estas florestas foram destruídas. Os agricultores da região de
Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das encostas
para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de
Jerusalém.
[102]
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém,
atestada pela intrincada rede de antigos aquedutos, túneis,
reservatórios e cisternas encontrados na cidade.
[103]
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 km
[104] ao leste de
Tel Aviv e do
Mar Mediterrâneo. No lado oposto da cidade, cerca de 35 km
[105] de distância, está o
Mar Morto, o
corpo de água mais baixo da Terra. Cidades e vilas vizinhas incluem
Belém e
Beit Jala para o sul,
Abu Dis e
Ma'ale Adummim para o leste,
Mevasseret Zion para o oeste, e
Ramallah e
Givat Zeev para o norte.
[106][107][108]
Panorama do Monte do Templo, incluindo o Domo da Rocha, visto do Monte das Oliveiras.
A cidade é caracterizada por uma
clima mediterrânico,
com verões quentes e secos, e invernos amenos e chuvosos. Neve cai
normalmente uma ou duas vezes ao inverno, embora a cidade experimente
forte neve a cada 3 ou 4 anos em média.
[109]
Janeiro é o mês mais frio do ano, com uma temperatura média de 8 °C,
julho e agosto são os meses mais quentes, com temperaturas médias de
23 °C. As temperaturas variam muito do dia para a noite, e as noites de
Jerusalém são tipicamente amenas mesmo no verão. A precipitação média
anual é de aproximadamente 590 milímetros com o período das chuvas
ocorrendo principalmente entre outubro e maio.
[110]
A maior parte da
poluição do ar em Jerusalém vem do tráfego de veículos.
[111]
Muitas das principais ruas de Jerusalém não foram construídas para
acolher um volume tão grande de veículos, levando a congestionamentos
frequentes e grande quantidade de
monóxido de carbono
liberado na atmosfera. A poluição industrial dentro da cidade é baixa,
mas as emissões provenientes de fábricas na costa mediterrânica podem se
deslocar devido aos ventos e pairar sobre a cidade.
[111][112]
[Esconder]Médias de temperatura do ar e precipitação para Jerusalém |
Mês |
Jan |
Fev |
Mar |
Abr |
Mai |
Jun |
Jul |
Ago |
Set |
Out |
Nov |
Dez |
Temperatura máxima média (°C) |
12 |
13 |
16 |
21 |
25 |
28 |
29 |
29 |
28 |
25 |
19 |
14 |
Temperatura mínima média (°C) |
4 |
4 |
6 |
9 |
12 |
15 |
17 |
17 |
16 |
14 |
9 |
6 |
Precipitação (mm) |
142,2 |
114,3 |
99,1 |
30,5 |
2,5 |
0,0 |
0,0 |
0,0 |
0,0 |
22,9 |
68,8 |
109,2 |
Fonte: The Weather Channel[110] |
[editar] Demografia
Pop. de Jerusalém
Ano |
Total |
1525 |
4 700 |
1538 |
7 900 |
1553 |
12 384 |
1562 |
12 650 |
1800 |
8 750 |
1844 |
15 510 |
1876 |
25 030 |
1896 |
45 420 |
1922 |
62 578 |
1931 |
90 053 |
1944 |
157 000 |
1948 |
165 000 |
1967 |
263 307 |
1980 |
407 100 |
1985 |
457 700 |
1990 |
524 400 |
1995 |
617 000 |
2000 |
657 500 |
2005 |
706 400 |
-
Em maio de 2007, Jerusalém tinha uma população de 732 100 - 64% eram
judeus, 32%
muçulmanos, e 2%
cristãos.
[1] No final de 2005, a
densidade populacional era de 5.750,4 habitantes por quilômetro quadrado.
[3][113]
De acordo com um estudo publicado em 2000, a porcentagem de judeus na
cidade tem decrescido; isso foi atribuído a uma maior taxa de natalidade
dos palestinos, e a moradores judeus que deixaram a cidade. O estudo
também constatou que cerca de nove por cento dos 32 488 habitantes da
Cidade Velha eram judeus.
[114]
Em 2005, 2850 imigrantes se estabeleceam em Jerusalém, grande parte vindos do
Estados Unidos,
França, e da ex-
União Soviética.
Em termos da população local, o número de residentes que deixa a cidade
é maior do que o número dos que chegam. Em 2005, 16 000 foram embora de
Jerusalém e apenas 10 000 se mudaram para a cidade.
[3] No entanto, a população de Jerusalém continua a aumentar devido à elevada taxa de
natalidade, especialmente na população árabe e nas comunidades
judaicas Haredi. Consequentemente, a
taxa total de fecundidade
em Jerusalém (4.02) é superior da de Tel Aviv (1,98) e bem acima da
média nacional de 2,90. O tamanho médio das 180 000 famílias de
Jerusalém é de 3,8 pessoas.
[3]
Igrejas e casas de
Ein Kerem,
situada entre as montanhas. Ao seu lado situa-se o hospital
universitário Hadassa Ein-Kerem, centro de medicina de renome mundial, e
a faculdade de medicina da
Universidade Hebraica de Jerusalém.
Em 2005, a população total aumentou cerca de 13 000 (1,8%) -
semelhante à média nacional israelense, mas a composição étnica e
religiosa está mudando. Enquanto 31% da população judaica é constituída
por crianças abaixo dos quinze anos, o índice para a população árabe é
de 42%.
[3]
Isto parece reforçar as observações de que a porcentagem de judeus em
Jerusalém tem diminuído ao longo das últimas quatro décadas. Em 1967, os
judeus representavam 74 por cento da população, enquanto que o índice
em 2006 era nove por cento menor.
[115]
Os possíveis fatores são o elevado custo da habitação, menos
oportunidades de emprego e o crescente caráter religioso da cidade.
Muitas pessoas estão indo para os subúrbios e cidades costeiras, em
busca de habitação mais barata e um estilo de vida
secular.
[116]
A demografia e a divisão da população árabe e judaica desempenham um
papel importante na disputa em Jerusalém. Em 1998, o Departamento de
Desenvolvimento de Jerusalém propôs expandir os limites da cidade para o
oeste a fim de incluir mais áreas povoadas por judeus.
[117]
[editar] Crítica ao planejamento urbano
Os críticos dos esforços para promover uma maioria judaica em Israel
dizem que as políticas de planejamento do governo são motivados por
estudos demográficos que procuram limitar as construções da população
árabe, promovendo, simultaneamente, as construções destinadas a judeus.
[118]
De acordo com um relatório do
Banco Mundial,
o número de violações em construções registradas entre 1996 e 2000 foi
quatro vezes e meia superior nos bairros judaicos, mas foram emitidas
quatro vezes menos ordens de demolição em Jerusalém Ocidental do que em
Jerusalém Oriental. Os árabes de Jerusalém tinham mais dificuldade para
receber a permissão de construir do que os judeus, e "as autoridades
provavelmente agem mais contra os palestinos que constroem sem licença"
do que contra os judeus que violam os processos de licenciamento.
[119]
Nos últimos anos, fundações judaicas privadas têm recebido permissão
do governo para desenvolver projetos em terras disputadas, como no
parque arqueológico
Cidade de David, no bairro palestino de
Silwan (ao lado da
Cidade Velha),
[120] e o
Museu da Tolerância no cemitério de
Mamila (ao lado da
Praça Tzion).
[121] O governo de Israel também está desapropriando terras palestinas para a construção do
Muro da Cisjordânia,
[119]
sob a alegação de evitar ataques terroristas. Porém, os opositores
acreditam que o planejamento urbano vem sendo usado como estratégia para
a judaização de Jerusalém.
[122][123][124][125]
Atualmente Jerusalém é um município em
Israel e também a sua capital e a sede do governo, embora não seja reconhecida como tal pela
ONU e pela
UE.
A cidade é governada por um
conselho municipal composto por 31 membros eleitos cada quatro anos. Desde
1975,
o presidente da câmara (prefeito) é eleito por sufrágio direto
cumprindo um mandato de 5 anos e apontando 6 deputados. O prefeito atual
de Jerusalém,
Uri Lupolianski, foi eleito em 2003.
[126]
O Ministério para os Assuntos Religiosos israelita tem responsabilidade
pelos locais sagrados da cidade, embora cada comunidade religiosa deva
zelar pela preservação dos seus edifícios.
Órgão à parte de prefeito e deputados, os membros do conselho da
cidade não recebem salários, trabalhando de forma voluntária. O prefeito
que mais tempo serviu Jerusalém foi
Teddy Kollek,
que passou 28 anos, seis mandatos consecutivos, no posto. A maioria dos
encontros do Conselho de Jerusalém são privados, mas a cada mês, mantém
uma sessão aberta ao público.
[126]
Dentro do Conselho da cidade, grupos políticos religiosos formam uma
facção especialmente poderosa, possuindo a maioria dos assentos.
[127] A base do Município de Jerusalém e do gabinete do prefeito fica na
Praça Safra (
Kikar Safra), na
Rua Jafa.
O novo complexo municipal, compreendendo dois prédios modernos e dez
prédios históricos recuperados entorno de uma grande praça, foi aberto
em 1993.
[128] A cidade termina no
Distrito de Jerusalém, com Jerusalém como a capital do distrito.
[editar] Status político
Em
5 de dezembro de
1949, o
primeiro-ministro do Estado de Israel,
David Ben-Gurion, proclamou Jerusalém como a
capital de Israel
[129] e desde então todos os órgãos do
governo de Israel —
legislativo,
judicial, e
executivo — tem residido lá.
[130] Na época da proclamação, Jerusalém foi dividida entre Israel e o
Jordão
e assim, somente o oeste de Jerusalém foi considerado capital de
Israel. Imediatamente depois de uma guerra de seis dias em 1967,
entretanto, Israel anexou o
Leste de Jerusalém, a tornando
de facto
parte da capital Israelense. Israel conservou o status da "completa e
unificada" Jerusalém — oeste e leste — como sua capital, em 1980
Lei básica: Jerusalém, Capital de Israel.
[131]
O status de uma "Jerusalem unificada" como "eterna capital" de Israel
[129][132]
tem sido um problema de imensa controvérsia dentro da comunidade
internacional. Entretanto, alguns países mantém consulados em Jerusalem,
e duas embaixadas nos subúrbios de Jerusalém, todas as
embaixadas estão localizadas fora da propriedade da cidade, a maioria em
Tel Aviv.
[133][134]
A
Resolução 478 do Conselho de Segurança das Nações Unidas não-vinculativa,
tramitada em 20 de agosto de 1980, declarou a Lei Fundamental "nula e
de nenhum efeito e deve ser resolvida imediatamente". "Os
Estados-Membros foram aconselhados a retirar suas representações
diplomáticas da cidade como uma medida punitiva. A maioria dos países
cumpriu a resolução, deslocando suas representações para
Tel Aviv.
Mas muitas embaixadas já estavam instaladas antes mesmo da Resolução
478. Atualmente não existem embaixadas dentro dos limites da cidade de
Jerusalém, embora haja algumas em
Mevasseret Zion, na periferia de Jerusalém, e quatro consulados na cidade propriamente dita.
[133]
Em
1995, o
Congresso dos Estados Unidos aprovou a mudança da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, através da
Lei da embaixada de Jerusalém.
[135] Entretanto, o
Presidente George W. Bush alegou que, segundo a
Constituição as relações exteriores são da alçada do
poder executivo. Assim, a embaixada dos Estados Unidos ainda continua em Tel Aviv.
[136]
As instituições mais proeminentes em Israel, incluindo o
Knesset,
[137] a
Suprema Corte,
[138] e as residências oficiais do
Presidente e
primeiro-ministro, estão localizadas em Jerusalém.
Anteriormente à criação do Estado de Israel, Jerusalém serviu como
capital administrativa do Mandato Britânico, o qual incluía os atuais
estados de Israel e da Jordânia.
[139]
De 1949 até 1967, Jerusalém Ocidental serviu como capital de Israel,
mas não foi reconhecida internacionalmente como tal, já que a
Resolução 194 da Assembleia Geral da ONU previa que Jerusalém se tornasse uma
cidade internacional.
Em consequência da
Guerra dos Seis Dias (1967), Jerusalém foi inteiramente ocupada por Israel. Em 27 de junho de 1967, o governo de
Levi Eshkol estendeu a jurisdição da lei israelense a Jerusalém Oriental, mas concordou que o conjunto da administração do
Monte do Templo seria mantida pelo
waqf jordaniano, no âmbito do Ministério Jordaniano de Dotação Religiosa.
[140]
Em 1988, Israel, alegando razões de segurança, ordenou o fechamento da
Casa do Oriente, sede da Sociedade de Estudos Árabes e da
Organização para a Libertação da Palestina. O prédio foi reaberto em 1992 como uma pousada palestina.
[141][142] Os
Acordos de paz de Oslo previam que o status final de Jerusalém seria determinado pelas negociações com a
Autoridade Nacional Palestiniana, que considera
Jerusalém Oriental como a capital de um futuro estado palestino.
[14]
[editar] Cidades-irmãs
Historicamente, a economia de Jerusalém foi sustentada quase que
exclusivamente por pelegrinos religiosos, e era localizada longe dos
maiores portões de
Jaffa e
Gaza.
[145]
Os marcos religiosos de Jerusalem hoje permanecem a principal razão de
visitantes estrangeiros, com a maioria dos turistas visitando o
Muro das Lamentações e a
Cidade Antiga,
[3] mas em meados do século tornou-se muito claro que Jerusalem não pode ser somente sustentada por sua significância religiosa.
[145]
Ainda que muitas estatísticas indiquem crescimento econômico na cidade, desde 1967,
Jerusalém Oriental tem ficado muito atrás em relação ao desenvolvimento da Jerusalém Ocidental.
[145]
Todavia, a porcentagem de famílias com pessoas empregadas é maior para
famílias árabes (76.1%) que para famílias judaicas (66.8%). A taxa de
desemprego em Jerusalém (8.3%) é um pouco melhor que a média nacional
(9.0%), ainda que a
força de trabalho civil seja estimada para menos da metade de todas as pessoas de 15 anos em diante — fica abaixo em comparação à de
Tel Aviv (58.0%) e
Haifa (52.4%).
[3] A pobreza da cidade tem crescido bastante nos últimos anos; entre 2001 e 2007, o número de pessoas abaixo da
linha de pobreza cresceu 40%.
[146] Em 2006, a renda per capita mensal de um trabalhador em Jerusalém foi de 5 940
Novos Sheqel (NIS) (
US$1 410), NIS 1 350 menor que a recebida por um trabalhador em Tel Aviv.
[146]
Durante o mandato britânico, uma lei foi estabelecida requerendo que todos os prédios fossem construídos de
Meleke para preservar a característica estética e histórica única da cidade.
[74] Complementando esta arquitetura, que ainda continua em vigor, é o descorajamento de
indústria pesada
em Jerusalém; somente entorno de 2.2% da terra de Jerusalem é zoneada
por "indústrias e infraestrutura." Por comparação, a porcentagem de
terra em Tel Aviv zoneada por indústrias e infraestrutura é duas vezes
mais alta, e em Haifa, sete vezes mais alta.
[3] Somente 8.5% da força de trabalho do
Distrito de Jerusalém
é empregada no setor de manufatura, que é metade da média nacional
(15.8%). Mais alto que a porcentagem média são os empregados em educação
(17.9% vs. 12.7%); saúde e bem estar (12.6% vs. 10.7%); comunidade e
serviço social (6.4% vs. 4.7%); hotéis e restaurantes (6.1% vs. 4.7%); e
a administração pública (8.2% vs. 4.7%).
[147] Apesar de Tel Aviv permanecer o centro financeiro de Israel, um número crescente de companhias de
alta tecnologia estão se movendo para Jerusalém, provendo 12.000 empregos em 2006.
[148] O parque industrial do norte de Jerusalem
Har Hotzvim é a sede de algumas das maiores corporações de Israel, entre elas a
Intel,
Teva Pharmaceutical Industries, e
ECI Telecom.
Planos de expansão para o parque industrial prevê uma centena de novos
negócios, um posto de bombeiros, e uma escola, cobrindo uma área de
530.000 m² (130 acres).
[149]
Desde o estabelecimento do Estado de Israel, o governo nacional tem
permanecido o maior investidor na economia de Jerusalém. O governo,
centrado em Jerusalém, gera um largo número de empregos, e oferece
subsídios e incentivos para novas iniciativas em negócios e empresas iniciantes.
[145]
[editar] Infraestrutura
[editar] Transportes
Estação Central de Autocarros de Jerusalém.
O aeroporto mais próximo de Jerusalém é
Atarot, situado entre Jerusalém e
Ramallah, que foi usado para voos domésticos até ao seu fechamento em
2001, durante a
Segunda Intifada.
[150] Desde então, está sob o controlo das
Forças Armadas Israelenses, e todo o tráfego aéreo foi desviado para o
Aeroporto Internacional Ben Gurion, o maior e mais movimentado aeroporto israelense, que serve cerca de nove milhões de passageiros anualmente.
[151]
A
Egged, a segunda maior empresa de
autocarros (ônibus) do mundo,
[152] lida com a maioria do serviço de autocarro local e intercidades que sai da
Estação Central de Autocarros na
Estrada de Jaffa perto da entrada ocidental de Jerusalém a partir da autoestrada número 1. Em 2008, autocarros da Egged,
táxis e carros privados são as únicas opções de transporte em Jerusalém. Contudo, isto irá mudar com a construção do
Light rail de Jerusalém, um sistema ferroviário que está em construção.
[153]
O sistema ferroviário será capaz de transportar cerca de 200 000
pessoas diariamente. Terá 24 paragens, e a sua conclusão está planejada
para janeiro de 2009.
[154]
Outra obra em andamento é uma nova linha para
comboio de alta velocidade de
Tel Aviv para Jerusalém,
[154]
que está planeada para 2011. O seu terminal será uma estação
subterrânea (80m de profundidade) que servirá o Centro Nacional de
Congressos e a Estação Central de Autocarros
[155] e está planejado que seja eventualmente expandida até à estação de Malha. A
Israel Railways opera serviços de comboio para
estação de comboios de Malha a partir de Tel Aviv via
Beit Shemesh.
[156][157]
A
Via Rápida Begin
é uma das maiores vias transversais norte-sul de Jerusalém; vai desde o
lado ocidente da cidade, fundindo no norte com a Via 443, que continua
em direção de Tel Aviv. A Via 60 atravessa o centro da cidade perto da
Linha Verde entre Jerusalém Este e Oeste. A construção está a progredir em partes de um
rodoanel de 35 quilómetros à volta da cidade, providenciando ligações mais rápidas entre os
subúrbios.
[158][159] A metade oriental do projecto foi conceptualizado há décadas, mas reação à autoestrada proposta é ainda mista.
[158]
Jerusalém abriga diversas universidades prestigiadas, com cursos oferecidos em
hebraico,
árabe, e
inglês. Fundada em 1925, a
Universidade Hebraica de Jerusalém[160] é uma das mais respeitadas instituições de ensino superior em Israel. Em um levantamento recente, de
2009, a universidade hebraica foi classificada na posição 64ª no mundo (e 4ª na região da Ásia e do Oceano Pacífico),
[161]
incluindo-se entre as 100 melhores universidades do mundo. A Comissão
de Diretores já incluiu figuras judaicas proeminentes no campo
intelectual, tais como
Albert Einstein e
Sigmund Freud.
[162] A universidade também produziu vários laureados do
Prêmio Nobel; dentre recentes ganhadores do prêmio associados com Universidade Hebraica incluem
Avram Hershko,
[163] David Gross[164] e
Daniel Kahneman.
[165] Um dos maiores bens da universidade é a
Biblioteca Nacional de Israel, que abriga mais de cinco milhões de
livros.
[166] A biblioteca foi inaugurada em
1892,
mais de três décadas antes da fundação da universidade, e é um dos
maiores repositórios do mundo sobre temas judeus. Atualmente, a
biblioteca é ao mesmo tempo a biblioteca central da universidade e
biblioteca nacional.
[167] A Universidade Hebraica é constituída de três
campi em Jerusalém, no
Monte Scopus, em
Givat Ram e um
campus médico no
Hospital Hadassah Ein Karem.
A
Universidade Al-Quds foi fundada em
1984[168]
para servir como principal universidade para os povos árabes e
palestinos. Segundo a própria universidade, é descrita como a "única
universidade árabe em Jerusalém".
[169] A Universidade Al-Quds se localiza ao
sudeste da cidade, num
campus de 190 mil metros quadrados (47
acres).
[168] Outra instituição de ensino superior em Jerusalém é a
Academia de Música e Dança de Jerusalém e a
Academia de Arte e Design Bezalel, que tem seus edifícios localizados nos
campi da Universidade Hebraica.
A
Faculdade de Tecnologia de Jerusalém, fundada em
1969, combina treinamentos